Estabelecida na dia 22 de julho, a data tem como objetivo destacar a importância de denunciar qualquer violência contra as mulheres

Foto: Rogério Machado/ Arquivo AEN

De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), somente no ano passado, o Brasil registrou 1.350 casos de feminicídio, isto é, um a cada seis horas e meia. As informações divulgadas apontam que o número é 0,7% maior quando comparado com o total de casos de 2019. No Paraná, essas informações impulsionam ainda mais as mobilizações em torno do dia 22 de julho, “Dia Estadual de Combate ao Feminicídio”.

“São dados que nos causam preocupação e que podem, em função da pandemia, não refletir a realidade em função da subnotificação”, avalia o deputado estadual Gilson de Souza, 2º secretário da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e líder da Frente Parlamentar Em Defesa da Vida e da Família.

Mais números da violência – O levantamento trouxe a tona outras informações preocupantes. Segundo o FBSP, três a cada quatro vítimas de feminicídio tinham entre 19 e 44 anos, e a maioria das mulheres (61,8%) era negra.

Outro ponto que impressiona é que, em geral, o agressor é uma pessoa conhecida das vítimas. A pesquisa apontou que 81,5% dos assassinos eram companheiros ou ex-companheiros, enquanto 8,3% das mulheres foram mortas por outros parentes.

Ao contrário dos homicídios comuns, em que há maior prevalência de arma de fogo, as armas brancas foram mais usadas contra as mulheres. Em 55,1% das ocorrências, as mortes foram provocadas por facas, tesouras, canivetes ou instrumentos do tipo. Já os registros de lesões corporais e de estupros feitos na polícia caíram em 2020. Pelo levantamento, foram notificadas 230.160 agressões contra mulheres, 7,4% a menos em relação ao ano anterior.

Alerta – Apesar dessas reduções verificadas nos dados oficiais, haveria indícios de que o cenário de crimes contra mulheres se acentuou. Por exemplo: o número de ligações para o 190, que aciona a Polícia Militar, subiu 16,3% e chegou a 694.131 chamados por violência doméstica no ano passado. Por sua vez, as medidas protetivas de urgência também subiram 4,4% em 2020. Foram 294.440 decisões concedidas pela Justiça brasileira, ao todo, de acordo com o Fórum

Foto: Aliocha Mauricio/ Arquivo SEJUF

Ação e mobilização – No Paraná, o governo estadual, por meio da Secretaria da Justiça, Família e Trabalho, vai iniciar, nesta quinta, dia 22 de julho, uma campanha virtual de conscientização e combate ao feminicídio nas redes sociais, pelo Facebook e Instagram.

Também está agendada uma mobilização em Curitiba, das 13h às 16h. O ônibus Lilás, unidade móvel que leva atendimento às mulheres, estará posicionado na Praça Osório, no início do calçadão da Rua XV. Serão distribuídos materiais informativos em defesa dos direitos da mulher, alertando contra todos os tipos de violência.

Desenvolvida pela Secretaria da Justiça, a campanha vai destacar a importância e a gravidade do tema, com frases de sensibilização como: “a violência começa silenciosa e vai evoluindo de forma gradativa” e “ao menor sinal de agressão, denuncie, para que não se torne um feminicídio”.

Como denunciar – Hoje, o Paraná tem canais de denúncias anônimas, como os telefones gratuitos 180 (nacional) e 181 (estadual), que permitem que outras pessoas também avisem a polícia sobre casos de violência contra a mulher, seja ela física, psicológica, moral, sexual ou patrimonial.

“Denunciar é algo fundamental. Só assim é que a polícia poderá agir e combater esse crime terrível que tem vitimado as mulheres. Assim como eu sempre falo quanto à proteção de crianças e adolescentes, toda a sociedade precisa estar atenta aos sinais e se conscientizar diante desse grave problema que muitas mulheres têm vivido em silêncio. Precisamos ser a voz dessas mulheres”, finalizou o deputado Gilson.

Fotos: Dálie Felberg/ Alep

Com informações do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, do Portal Bem Paraná e da Agência Estadual de Notícias (AEN)